NAVALHA NA CARNE
Parte do que sinto, escrevo
Sinceramente, é verdade
A outra parte, imaginação
Talvez não total, afinal
são textos da memória
Belas ou tristes histórias
da infância tão pródiga
de belas, inigualáveis,
inesquecíveis lembranças...
Os versos a embalar
Irresponsável juventude
Tenho-os na memória
as namoradinhas, glórias
alimentando a alma
muito amor, carícias
arrebatamento, calma...
Infelizes levados pelo vento
Décadas primaveris
puro enternecimento
Vida, vida...vida...
Sopras o aroma de ampulhetas
Sonhadores viventes
Ah!... pobres sobreviventes
Tentando submergir do tsunami
Que se abateu em nosso caminho
Triste e cotidiano envelhecer.
Navalhas do tempo
mas não há nada a fazer,
a não ser aceitar piamente
cotidianos versos recitar.
Vida...vida...vida...
Amar...amar...amar
De: Maurélio Machado