Espelho do Tempo
Eu o vejo.
Há um espelho diante de ti.
O vejo diante das sombras,
o vejo observando o tempo,
inesquecível tempo que na ausência da alegria
reviveu essas metáforas.
O sinto declamando estrofes
de poemas preferidos, reescritos, renascidos.
A paz que almeja é quase profana,
os caminhos estão temíveis, remissíveis,
inatos.
Nuvens pinceladas em telas figuradas
dependuradas em paredes nuas da casa grande.
O vejo desfigurado diante do espelho humano
de nossa consciência ínfima, crível, sombreada;