Um trem na estação
Encontrou na tristeza um porto seguro
E enterrou sua alma em um fosso escuro…
Não busca a saída, pois, sente-se em paz
Mas disfarça sorrindo o humor costumaz.
Seus olhos perderam-se no imenso vazio
E o amargor dos dilemas lhe causa fastio
Seu coração cansado perdeu a cadência,
Hoje bate silente e em baixa frequência…
Nada lhe surpreende e tampouco interessa
A celeridade das horas não mais lhe apressa
Atravessa noites insones e os dias sem vida
É um trem na estação aguardando a partida.
Da bagagem pesada não guarda lembranças
Já não faz mais planos e nem tem esperanças
Segue livre de mágoas, saudade ou lamento
Só necessita da paz que traz o esquecimento.
Adriribeiro/@adri.poesias