Âmago
O meu âmago acende e apaga nas escuridões dilaceradas. Entretanto brilha uma constelação perene, só que tênue. Tênue por conta dos cactos estilhaçados pelos caminhos inóspitos.
Transcrevo e apago, amargo o ardor desprovido, comigo pelo mau abrigo. Desabrigo de um devaneio múltiplo, alumbrei as vísceras num tom estonteante. O afago me cobria naquela estação, canção não cantada, em voz alguma. Em tons de aquarela encontrei-me em uma mistura homogênea, meandrica. Choveu cor, e eu me inundei até o último pote de tinta revirado.
Dancei só nessa chuva, as tintas dialogavam comigo, e diziam que eu sou meu abrigo...
Caiam feito as águas do céu, cantavam feito um cantor, e sussurravam em meus ouvidos, que nem toda cor veio para fazer aquarela, simplesmente se misturam e desaparecem...
- PILLAR 🌊