Em mim o silêncio

Madrugada fria.

Ventos gemem no calar da madrugada,

Transgredindo em mim o silêncio

E as horas de angústia.

Em minhas mãos,

Fagulhas de sentimentos mortos

Assassinados por tempestades loucas que invadem meu ser.

Passada essa noite,

Meu corpo arde em febre.

Em mim mora o amor.

Ah, maldito amor! Que sempre faz de mim

Escrava dos meus sentimentos!

Ora concreto, e por vezes, desconexo,

Longe da realidade .

Meu peito arde em chamas

Que te clama,

E prende-se em respostas mudas

Que desafiam meus sentidos.

Deitada sobre seu leito

Estou engolindo sobras de sua solidão,

Engasgando-me com teu vômito

E com tuas carícias

Que mais parecem tortura

Sobre minha carne.

TELMA SANCHEZ