UM HIATO

Mastigo um dizer no canto da boca

Não quero expelir coisas indecentes

Você não sabe, mas eu gostaria muito

De ser um poeta romântico e sensível.

Eu viajo pelas estradas áridas da vida

Plantas sem flores e cheias de espinhos

Margeiam minhas aventuras noturnas

Eu não me canso de tropeçar em erros.

Mas tudo bem que eu não sou o único

Sei que muitos usam máscaras diversas

São camaleões perante um viver árduo

Enquanto saio de casa sem maquiagem.

O frio triste e hostil esbofeteia meu rosto

E dele arranca meus ais de sobrevivência

Que se transformam em versos gritantes

Eu não consigo falar de amor e sedução.

Caso você não saiba, eu já me apaixonei

Estive em paraísos inebriantes e quentes

E surfei por peles palpitantes sem pudor

Mas foi somente um hiato na minha sina.

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 07/06/2023
Código do texto: T7808164
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