Amante do Sol

Meu amor brilha quando me ignora, fecha a porta, me deixa fora enquanto simulo seu calor.

Ele seca minhas lagrimas, mas o motivo delas ele nunca sequer se perguntou.

Ele diz que me ama, mas sempre na cama, quando abre o cobertor.

E até mesmo meu silêncio ele interpreta como ardência da alma suja como qualquer escritor.

O sol nem sempre é quente, mas é bom ele estar aqui.

Sem o brilho da manhã às vezes eu sinto que não há motivo pra existir.

O que é até irônico já que sempre amei a noite muito mais.

Nela acordada eu sussurrava palavras, escondida dos meus pais.

Olho pra fora ouvindo Winehouse

A única que me entendeu nos meus 'quases' me pergunto onde que foi parar aquele outro eu...

Que se bastava

Não se amava, mas era si.

Com falhas e tralhas.

Com facas e garras.

Sem precisar de esmolas de um amor aos fins.

Esther Saith
Enviado por Esther Saith em 18/05/2023
Código do texto: T7791328
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