RECAÍDAS
Quando o instinto faz atropelar qualquer razão
Quando sentir aquele corpo ainda é tentação
Quando esse impulso de pensar em alguém
Colidi em insistir num recorrente vaivém
Assim continuo algemado nessa direção
Por mais que saiba ser furada tanta paixão
Mas a vontade de lhe querer falta coerência
E sem respeitar feridas bebo dessa existência
Sou bumerangue em teus braços
Por sentimentos não feitos de aços
Quero sem entender é minha situação
Totalmente atolado dentro dessa relação
Continuo subserviente no teu ninho
Pareço-me aquele filhote de passarinho
Vivendo uma dependência bem voluntária
Çê virou aquela alienação cega e sedentária
.
Não há sogra ou psicanálise que separe
Sigo sem querer respirar outros ares
Carente na cruel incompatibilidade
Bem além de ética e puberdade
Nada disso esfria para repelir a empolgação
Resisto a convenções, trabalho e posição
Se acham está completamente doente
Antídoto é quando vejo-a na frente
Dizem que naufraguei em recaída
Pouco me importa buscar outra saída
E não adianta pautas cobrarem só razão
Decidi na demanda incendiária do coração