RECAÍDAS

Quando o instinto faz atropelar qualquer razão

Quando sentir aquele corpo ainda é tentação

Quando esse impulso de pensar em alguém

Colidi em insistir num recorrente vaivém

Assim continuo algemado nessa direção

Por mais que saiba ser furada tanta paixão

Mas a vontade de lhe querer falta coerência

E sem respeitar feridas bebo dessa existência

Sou bumerangue em teus braços

Por sentimentos não feitos de aços

Quero sem entender é minha situação

Totalmente atolado dentro dessa relação

Continuo subserviente no teu ninho

Pareço-me aquele filhote de passarinho

Vivendo uma dependência bem voluntária

Çê virou aquela alienação cega e sedentária

.

Não há sogra ou psicanálise que separe

Sigo sem querer respirar outros ares

Carente na cruel incompatibilidade

Bem além de ética e puberdade

Nada disso esfria para repelir a empolgação

Resisto a convenções, trabalho e posição

Se acham está completamente doente

Antídoto é quando vejo-a na frente

Dizem que naufraguei em recaída

Pouco me importa buscar outra saída

E não adianta pautas cobrarem só razão

Decidi na demanda incendiária do coração

FERNANDO ARÁBIA
Enviado por FERNANDO ARÁBIA em 11/05/2023
Reeditado em 20/05/2023
Código do texto: T7785338
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.