O semeador
Caminhava.
Caminhava pela vida plantando e colhendo flores.
Vivia com os dedos feridos,
a luva de proteção estava desgastada também.
Era de alma perfumada, o moço.
Foi quando, instintivamente,
resolveu plantar cactos,
muitos cactos,
de vários tamanhos e espécies.
As flores sentiram, foram perdendo a viça.
Os cactos ocuparam o lugar das flores.
Estavam lindos e pareciam cobertos de neve,
mais pareciam pelos.
O moço só sabia plantar,
cuidar e chorar.
Virou espinho na carne.
Tornou-se bem longo o caminho!