NO MEIO DE TUDO, O NADA

Sou eu, o nada, sem nada, de nada,

Sem servir para nada, descartado,

No meio de tudo, o nada. Eu.

Há muito um enjeitado. Nada!

Fruto do nada de onde vim,

No nada vivo. Para nada.

Da vida vazia, pacote sem nada,

Ao nada ela me guia.

Uma parte do nada existencial,

Quando muito sou meu tudo,

Isso é: quase nada.

Tudo ou nada? Aceito o nada!

Percorri um longo caminho,

Não encontrei nada,

Voltei todo o percurso,

Retornei ao nada.

Do nada para o nada e de volta ao nada,

Nessa vida infeliz que vivi,

Nunca servi para nada,

Nem fui servido de nada...

Celso Ciampi
Enviado por Celso Ciampi em 27/04/2023
Código do texto: T7773978
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