NO MEIO DE TUDO, O NADA
Sou eu, o nada, sem nada, de nada,
Sem servir para nada, descartado,
No meio de tudo, o nada. Eu.
Há muito um enjeitado. Nada!
Fruto do nada de onde vim,
No nada vivo. Para nada.
Da vida vazia, pacote sem nada,
Ao nada ela me guia.
Uma parte do nada existencial,
Quando muito sou meu tudo,
Isso é: quase nada.
Tudo ou nada? Aceito o nada!
Percorri um longo caminho,
Não encontrei nada,
Voltei todo o percurso,
Retornei ao nada.
Do nada para o nada e de volta ao nada,
Nessa vida infeliz que vivi,
Nunca servi para nada,
Nem fui servido de nada...