Reflexões sobre a dualidade humana

Em amplexo bipolar

Excluo de plano o nexo

E firmo meu palmilhar

Em raciocínio complexo

Me atiro em braços alheios

E engulo a saliva amarga

Do sabor de estranhos seios

O remorso é pesada carga

Quero ficar, mas prossigo

No peito a taquicardia

Já não sei quem vai comigo

Se o sonho ou a fantasia

Não sei quem em mim habita

Se as flores fúlvias dos sonhos

Incensos da oração bendita

Ou o torpor dos demônios

Não há prazer no caminho

Também não há um sufoco

É como a roseta da grama

Que fere os pés um pouco.

É como o pigarro da sede

Ou a adrenalina da caçada

É como o troféu da parede

Ou a arapuca desarmada.

Contemplo uma morte lenta...

Nem pra morte sirvo de pasto

Como a comida que requenta

Para, por fim, sobrar no prato.

Karl Kaliz
Enviado por Karl Kaliz em 17/04/2023
Código do texto: T7766147
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