Reflexões sobre a dualidade humana
Em amplexo bipolar
Excluo de plano o nexo
E firmo meu palmilhar
Em raciocínio complexo
Me atiro em braços alheios
E engulo a saliva amarga
Do sabor de estranhos seios
O remorso é pesada carga
Quero ficar, mas prossigo
No peito a taquicardia
Já não sei quem vai comigo
Se o sonho ou a fantasia
Não sei quem em mim habita
Se as flores fúlvias dos sonhos
Incensos da oração bendita
Ou o torpor dos demônios
Não há prazer no caminho
Também não há um sufoco
É como a roseta da grama
Que fere os pés um pouco.
É como o pigarro da sede
Ou a adrenalina da caçada
É como o troféu da parede
Ou a arapuca desarmada.
Contemplo uma morte lenta...
Nem pra morte sirvo de pasto
Como a comida que requenta
Para, por fim, sobrar no prato.