Pombinha
Num dia desses, torto, gauchesco,
O pombinho foi seco, faltou a dar,
E com uma estaca em seu peito,
A pombinha pôs-se a enamorar.
Enamorou, idealizou,
E com todo o seu coração,
Pôs-se a se apaixonar.
Paixão gostosa, carregada,
De agonias e desvios,
Que por mais rápidos os trilhos,
Pôs-se o peito a arrebentar.
Trabalhou, trabalhou,
E o desgosto que se deu,
É o que ameniza o tombo.
O tempo, no entanto,
É agora plumas caídas,
Leves e macias,
Da revoada que marcou o céu.