O AMOR VISTO DE CIMA
Ele era o grão de areia, não o deserto.
Ela era pétala, não era a flor.
Juntos formavam um espinho
A esse espinho chamavam amor.
Ela tinha fé,
Ele só milagres,
Juntos tinham o impossível,
E o impossível passou a ser comum.
Ele tinha sede,
Ela nada tinha,
Se juntos buscassem teriam água,
Mas água não dá em pedra,
E famintos ficavam.
Ele nunca esteve tão só
Um latifúndio seu coração.
Ela achava que nunca teve alguém.
Coração é terra que ninguém vai,
Cada um carrega o seu,
Um legado de solidão.