Marginais

Marginais

Somos nós negros, filhos sem pais

Panorama e drama, olhar sagaz

Já vi e vivi de tudo e muito mais

Rum, escolhe entre a fome e a paz

É fácil me chamar de bom rapaz

Sem a escuridão onde minha alma jaz

Meu molde é a guerra quem faz

Em cima do muro Deus e satanás

Não há escolha, a fome é o gás

Negro e favela é lindo demais

Embora nem todos sejam os tais

Nem lutamos pelos principais

Ou navegamos em busca de iguais

Paraíso perdido em outros canais

Genocídio, a dor abafa os ais

Negros, filhos sem pais

Quem são os animais?

Gilmar Queiroz