A Voz da Negação
Não que a flor esteja estatelada na superfície.
Não que o sol ao partir
Deixou seu calor desbotar a flor.
Não! Não que as folhas gravitam sem escolha.
Não! Não nego que de modo exato e sem pesar,
As cores correram sobre o papel
E matizaram brilhante
Encobrindo as expecturas deste corpo sólido e carregado de dissabor.
Cansadamente meus olhos repousam na serenidade cintilante da parede.
Não é a minha voz que ensurdeceu.
Não é a minha pele que deixou de existir.
Não é a dor que persiste em subsistir.
A voz não cala para negar.
A voz fala para não emudecer
No cenário iluminado e repleto de esperança.
As cores vivas permanecem
No sol ou na lua.
As cores ficam nos olhos estarrecidos da dor
Que hora parte deslocada por não caber no verde exposto,
Claro e completo de expectativas para uma visão nova e sem negações.