SOLILÓQUIO (quem sou eu?)
-Quem sou eu neste vasto mundo?
-Quem sou nesta deprimente vida?
“Un poco asco” escuro e profundo
Um lastro lotado de mágoas e intrigas
Sou deste mundo a mais sofrida
De todas as grandiosas criaturas
Um desenho mal feito, uma caricatura
Rabisco borrado de despedidas
Sou as águas salgadas de tantas partidas
De muitos olhos marejados sem ver
O adeus no acenar de mãos comovidas
As idas que ninguém sabe o porquê
Sou o que sofre sem que nem pra quê
Que vai por aí sem saber direito pra onde
Sou o que respira a dor do perder
O ar contaminado que o “peito” consome
Sou aquele que do mundo se esconde
Que na vida não tem direto a escolher
Sou o que pergunta, e ninguém responde
-Morrendo em vida, inda é possível viver?