Um dia acreditei, caminhei, vivi.

No homem confiei, minha mão estendi.

Por todos lutei, me doei, defendi.

Cria em valores, honra e palavra.

Assumi compromissos, no amor acreditava.

Mas só o que encontrei

Foi abandono, perdas e traições.

Muito caí, apanhei, lamentei, sofri.

Difícil compreender o mundo que pra mim construí.

Mundo só meu, feito da ilusão advinda de ingênuo coração.

Perdida alegria, irreversível melancolia se integrou a mim.

Desiludido, do viver desgostei, nunca mais sorri.

Amarga lição aprendi: as pessoas não eram como as vi.

Formas, cores, odores,

Apenas máscaras disformes

Recobrindo deturpadas emoções,

Maliciosas intenções de predadores sociais.

Ávidos vampiros, insaciáveis em sua sede

Por luxuriosos prazeres, a todo custo aos

Mais baixos instintos tentando aplacar.

Cegos autocentrados, acumuladores compulsivos

 sempre em busca de mais:

vantagens, conforto, riqueza, beleza, status, poder.

Meu, mais.... perdas? Jamais!

Os outros, não importam, são escória social.

 

Quem está ao teu lado?

O que subjaz a um sorriso ou a um aperto de mão?

Uma doce palavra pronunciada com educação?

Primorosos atores escondendo  seres bestiais?

Nunca a verdade, a bondade, a pureza de intenção.

Filhos nefastos da Tecno Era

Treinados para a competição.

“Sejam os melhores em tudo o que façam.”

“Vençam, acumulem e cuidem de si.”

Esses os valores ensinados em escolas e lares.

O novo mundo dos vírus, fome, miséria e marginalização.

Do crescimento, ciência e tecnologia,

agentes do aniquilamento de toda Criação.

 

Profético, alertou o ilustre grego pensador:

“É preferível a ignorância absoluta ao conhecimento em mãos inadequadas”. (Platão)

 

Rafael Lengruber
Enviado por Rafael Lengruber em 06/12/2022
Reeditado em 15/12/2022
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