Mário Quintana encarrega-se de defender a sua tese da deficiência do carácter humano. E coloca-nos sob o jugo da loucura, cegueira, da surdez, da mudez, da paraplégia, da diabetes, do nanismo, da miséria; num contexto de amor humano, que não é praticado. E diz que a amizade é o único amor que nunca morre.
Eu ponho a pergunta: Será que ainda há espaço na alma humana para se construir uma amizade eterna?
Descapacitado
A maior das deficiências,
que o humano carrega!
É a sua desumanização.
As diferenças, as questões.
Lesões, que são o tributo.
por um mundo em destruição.
Que está a capitular.
Submetido à crueldade
Há palavras e emoções,
que já não fazem parte,
do vocabulário da vida.
A amnésia, é colectiva.
A alma, está entorpecida.
As angústias, são selvagens.
Já se não ouvem, gritos de alegria.
Regozijos e abraços.
Nem palavras de saudade.
E a fraternidade?
Não tem qualquer significado.
Hoje, a criança já nasce,
para estas realidades.
Assistimos, ao nascimento
de um homem,
descapacitado de carácter.
Será ,que ainda resta,
na alma humana ,
algum pedacinho de amor,
para construir uma amizade?
De tta