PARQUE DO HORROR

Não sou um poeta da morte.

Não é de propósito.

É injusta a alcunha.

Mas é que este fardo há muito

me tem sido muito pródigo.

Um belo dia, levou um amigo.

Bêbado e ao guidão, nas curvas da vida,

espatifou-se em branco muro.

Outro, cravejado de balas,

ao colo do amor de outra pessoa.

E tantos outros se foram,

que a memória não recobro.

Intolerante com as teorias filosóficas conspiratórias,

retirou meu cunhado de circulação.

Já a meu pai, deu-lhe o eterno esquecimento,

pois só o Alzheimer não lhe estava sendo suficiente.

Não bastasse isso, como um golpe de misericórdia,

arrastou minha amada irmã para sua companhia.

Rodas gigantes, Skyfalls, Barcos Piratas, Kamikazes,

o grande parque de diversões da vida

ficou macabro demais.

REMI
Enviado por REMI em 13/11/2022
Reeditado em 22/11/2023
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