Ipomeia-Branca saudando o mar
Feito Ipomea sobre a praia eu me espalho
Mas meu espirito é um exímio caminhante.
Vezes encontra, até o veleiro, o seu atalho
E vai florir noutro jardim mais verdejante...
Seguindo rumo ao horizonte no além-mar
Para afogar as antigas mágoas superadas...
Reinventando outras maneiras de amar...
Entre as ondas de esperanças renovadas.
Ele já sabe que o destino é meu barqueiro
Cujas mãos firmes guia o leme da canoa...
Dita o rumo, até o farol, do meu cruzeiro
Em torno da ilha e dentro da velha lagoa...
Aqui da areia miro o azul do mar profundo
O eterno fluxo de correntes inconstantes...
Que atingem com firmeza o meu mundo...
Vezes arrastam as minhas raízes flutuantes.
Carregando-me para as ilhas de amarguras
E minhas pétalas viram chamas flamejantes.
Se as águas-vivas me causam queimaduras
Porém ignoro os seus efeitos castigantes ...
Pois como o sol sou sentinela por um dia...
À noite morro para renascer com a aurora.
Saudando o mar com esta singela poesia
Ao entardecer digo adeus e vou embora...
Adriribeiro/@adri.poesias