DESERTO DA ALMA
E tudo ficou deserto,
Chão vermelho de sangue feito pó,
Pisado e seco do amor que se foi.
Desolado e sem vida. Tristeza.
E a alma, seca, rachando,
Desfalecendo sem seu alimento, o amor,
Sente todo esse sofrimento.
Já sem lágrimas, chora a seco. Pavor.
E o sol da amargura, inclemente,
Não dá tréguas, tira forças,
Põe ao chão o corpo quente,
Torna cinzas o sentimento.
E no fim, não há oásis,
Nem sinal de água fresca,
As mãos ao céu pedem bençãos,
Mas elas nunca vêm.