DESERTO DA ALMA

E tudo ficou deserto,

Chão vermelho de sangue feito pó,

Pisado e seco do amor que se foi.

Desolado e sem vida. Tristeza.

E a alma, seca, rachando,

Desfalecendo sem seu alimento, o amor,

Sente todo esse sofrimento.

Já sem lágrimas, chora a seco. Pavor.

E o sol da amargura, inclemente,

Não dá tréguas, tira forças,

Põe ao chão o corpo quente,

Torna cinzas o sentimento.

E no fim, não há oásis,

Nem sinal de água fresca,

As mãos ao céu pedem bençãos,

Mas elas nunca vêm.

Celso Ciampi
Enviado por Celso Ciampi em 03/09/2022
Código do texto: T7597301
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