#lucindanelremar CAOS
O homem, carregando o mundo nas costas, com seus olhos apagados, em pesado delírio, guarda sonhos mutilados, esperanças perdidas e ele mal vê que
Definham dia a dia, seres enjaulados
Não há sentido na liberdade
Não há quimeras, qualquer utopia,
Somente tristeza, melancolia,
Saudades tentam resistir, continuar existindo ao olhar o horizonte
Mas, elas se perdem nas brumas acinzentadas
Aí ele se pergunta:
Onde foram cair os últimos raios de sol, que brilhavam no passado, em belos e imemoráveis tempos em que a vida era ao sabor de outros ventos, que embalavam sonhos, vistos com esperanças a se construírem, enchendo o peito de energia, força e fé, dando a certeza que tudo haveria de melhorar, bastava esperar e acreditar?
Tudo se perdeu?
Hoje o mundo que carrega nas costas, é um pesado delírio, onde o sol se escondeu, não mais aparece com sua luz,
A vida deixou de ter razão, a morte espera em cada esquina, o luar deixou de ser para os amantes, os loucos apaixonados, onde o verbo amar tem razão para sofrimentos atrozes
O cuidar é dispensado
o servir é para idiotas que nem sabem porque vivem a querer ajudar o outro
Os desejos ficaram requentados em corpos mal cuidados
os tempos das árvores acabaram, perderam-se, não há mais folhas, flores, frutos, tudo está apodrecido
Nada pode ser aproveitado
O homem que carrega o mundo nas costas, envelheceu, enrugou nas ideias que se deixaram ao longo dos anos, apagarem.
A alma envelhecida, se desiludiu e morre, sem ver qualquer luz, que a faça querer voltar
A vida termina, o chão empedernido
Não guarda nenhuma semente
Tudo é escuridão
O céu perdeu-se em extrema escuridão
O homem morre
O tempo se acaba
Não haverá mais o Amanhã...
(10/08/2017)
Raimunda Lucinda Martins (Nelremar)
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