Espécie de desabafo
Eu acho que eu chorei tanto por você que me desiludi por inteira
Me quebrei, juntei os cacos e agora sou memórias do que pode ter sobrado
Queria tanto te dar o mundo e fazer jantares e músicas em seu nome como já fiz um dia, mas estou com as mãos em carne viva
Eu te amo, mas sinto muito, eu não sinto mais nada agora
Estou tomada por um grande nada
Quero te deixar ir, mesmo te amando, não como antes
mas ainda amando
A dor é inexplicável
É tanta dor que dá preguiça
A mandíbula desloca se tento abrir a boca para desabafar, por isso não o faço mais
Estou entrando no mar morto para ver se ressuscito com as mazelas que a vida sempre deixa pra trás
Um rastro de destruição em meu peito que eu, você, nós e os outros causaram
Eu, a maior responsável e a que mais odeio
No entanto, estou convicta de que o "pra sempre" não existe na boca de quem não quer ficar
E pra quem não consegue ficar, o que existe até a metade da estrada?
O futuro não sei
O passado morreu hoje de manhã depois de horas de pancadaria
O presente... presente de grego, o pior que já ganhei no inimigo nada secreto