Transformação

Um dia olhei para um casulo

E fiquei a lembrar de uma lagarta feia.

Sua forma esquizofrênica no movimento.

Sua cor quase marrom porém cinzenta.

Do casulo cinza totalmente sem graça,

Porém construído com muito zelo.

Tecido com técnicas de engenharia

E feito com cuidados de quem tem segredos.

Este rico invólucro mantem por um mês

O bicho da seda, que desperta no homem

A ambição, de através de técnicas, explorar outra vez

A natureza que seus encantos vai mais além.

Ao findar trinta dias uma transformação.

Da simples casa sai um ser com explendor,

Rico em beleza e curiosa técnica de aviação.

Uma linda e enorme borboleta repleta de cor.

Triste fiquei ao ver esta metamorfose esplendorosa.

Pois lembrei-me do homem e sua transformação.

Ele sai de seu casulo luxuoso como um lindo bebê.

Crescê aprendendo tantas coisas sem autentica definição.

Sua transformação é repentina e traiçoeira.

Ora elogia declarando todo amor cheio de emoção.

Então estranhamente muda o tom da fala

E com a mesma emoção maltrata sem explicação.

Do amor que declarou só resta a dor.

Do beijo que sofregamente beijou fica um gosto amargo.

Da cama que de suor molhou fica o cheiro do traidor.

Do barulho do conforto doméstico o estrondo das asas do abandono.