PLATÉIA DA VIDA
Perdoem-lhe a cara amarrada
Que mostra à platéia da vida
Sentada, fria e exigente,
De perfeito desempenho
Do seu papel neste mundo,
Sob holofotes de luzes cruéis
Mostrando todos os defeitos
Da máscara afivelada ao rosto
De quem não entendeu o texto
Da odisséia que é o viver.
E corre para o fundo do palco
Escondendo-se de tudo, de todos,
Com trejeitos e malabarismos,
Receoso dos apupos e objetos
Que são dirigidos ao canastrão
Incapaz de erguer a cabeça
Sob a égide do grande Diretor,
Expor sua alma às luzes
Corrigir o erro de interpretação
Na tumultuada arena da vida.
14/11/04.