(IN)Decisões
Mastigo a angústia com resignação,
Acalentada por minha ausência,
Talvez de mim mesmo,
Suportando inconscientemente os traumas vitais
Nesta pacífica solidão.
Passo todo o tempo decidindo
Entre ir ou não,
Sorrir, chorar...
Correr, suar...
Fugir, ficar...
Comer ou não.
Nem sempre me decido.
Às vezes as águas correm por si só
E levam, consigo rio abaixo,
Meu presente maior,
Enroscando em galhos afundados,
Lutando contra a correnteza,
Transformando meus sonhos em pó.
Não decidi não sonhar;
Não realizar sonhos impossíveis.
Não decidi divagar...
Sobre minhas (in)decisões,
Sobre meus remotos devaneios,
Por mais que pareçam plausíveis.