Parda noite

Não tarda dia

Andarilho que busca a melodia

Que retrate a agonia

De caçar na madrugada

O clarão em crepúsculo dum mais que nada.

 

Procura pelo que não se sabe

Quem sabe na padieira

Ei-la lá dormindo em beco na beira

Perto do tudo diante do nada

Dentro da neblina utopia da criatura amada.

 

Tudo em flor da pele

Que não expele odor ou cor

Quando pássaros em canto encantam

Anunciam a alvorada

Gatos não são mais pardos

Tudo clareia e eira afazia

Laços deixados em noite vazia.