Contemplando o vazio
Faz frio, as teias não aquecem.
Um ombro que fosse, sequer me consola.
Espaços distantes erguendo os vazios,
invadindo a paisagem que inunda meu olhar,
intensificam todo um nada, despretensioso,
mantendo a ausência de quem nunca chega,
aumentando o tempo ao redor ocioso.
Não que fosse diferente naquele antes,
quando o que se supunha, na verdade, nunca existiu.
Agora, vivenciando a imensa contemplação,
descortinando a redoma que os anos cobriram,
e a passagem do tempo, quando poucos me viram,
acelera em meu peito essa desilusão.