Abandono

Quero a verdade
Que tanto procuro
Procuro e não acho
Meus poemas não são sórdidos
Não moram
Não se escondem
Vivem somente a aspirar ruidosas rosas.

Viver nesse mundo é fantástico
Enquanto no elástico
Tantos emudecem
Sigo o destino
No cimo da tragédia
Bem preso às rédeas da falsa moral.

“Mas existe moral?”

Perdoem a dúvida
Eu pago essa dívida
A dádiva pobre
De um nobre sem trono. 
De um rei sem reinado 

Sou mais um tarado
Cuspido e culpado
Não como no prato
Dos termos que trato
Mas sinto no peito
Que a dor é sujeito
Do meu predicado.