Numa Xícara de Café
Decretado o meu espaço
de figura apagada. Da bravura,
cansaço; das fissuras, pedaços.
Só os cacos e mais nada!
No calar da madrugada, toda a
perda desenhada numa xícara
de café. Da caricatura borrada,
desdenhada a minha fé.
Sem açúcar, tal como é: amargo.
No frio, provado; sinto no peito
seu queimor. E do torpor, um arrepio.
Refeito! Agora espero o feito do amor.
Com a lucidez desafiada, concebo inútil
a tal jornada. A verdade é indelicada e
esmaga os contos de fada.
O sonho foi saudade! Talvez me baste.
Preservada a paz e a humanidade, a
inocência terá, enfim, a sua liberdade?
Paciência! Espero e cuido da essência.
Vazio é nutrir vivências com inverdades.