Janela

Concebido tido espelho, toda bruma um sopro

leve dissipou num instante breve.

Viera a aurora, o sol sorrira e o ar tornou-se puro!

De toda ira ao ar da graça, no tal regresso, chamariz

ao cativeiro; é só verniz. A renúncia tem seu tino.

Não há destino; é sem futuro.

Um balão de vão repleto de ufania, cedido ao vento.

Do chão ao firmamento, grilhão de confusos elos.

Belo castelo, porão escuro.

São recortes para um quadro pendurado no salão

de desprezadas aquarelas. Despercebido ser janela

a fenda posta em rijo muro.

Latente é a dor de um ego inflado. Do deleite ao

infringir culpa, aos enfeites nas desculpas, infantes

medos confessados. São repousos em ninho seguro.

O que sente o ser humano, com o saber da própria

vida, brota além banais medidas. Há numa lágrima

um oceano, e em cada grito um sussurro.

Jailson Ribeiro
Enviado por Jailson Ribeiro em 05/06/2022
Código do texto: T7531300
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