SE EU MORRER DESSE AMOR
Por que é que entrasse,
Se sei que isso, não levar-te-à a nada!
E mesmo que assumas,
Mentes antes que eu possa,
Vir nesta loucura,
Tomar-te nas alvoradas.
É o teu sorriso a embarcar,
Numa viagem sem pressa,
De um dia chegar a desejar.
Minhas noites em claros,
Onde viver é te amar.
Será o que te motivas,
Tanto a querer negar?
E negas-me o cenho que te faz feliz,
Negas-me o perfume a qual inflama-te,
Enchendo-te de verdades,
Aquelas que não queres ouvir.
O que é que eu vou fazer,
Se a boca tanto procura-te,
E meus lábios se movem,
Para mais uma vez te sentir.
Nem mesmo os teus carinhos,
As palavras se comovem,
Quando em casa eu te imagino,
Do jeito que o meu ser sempre quis.
Se eu morrer desse amor,
A culpa é toda sua!
E nem tendo cultivado a última flor,
Pedirias para voltares no tempo,
Reconsiderando que um dia,
Eu ia acabar te perdendo.
Se tudo for um engano,
Então verás o meu doce encanto,
E revelarás o quanto te chamo,
Naquele seu improvável mistério,
Cuja hora já passou das seis.