SE EU MORRER DESSE AMOR

Por que é que entrasse,

Se sei que isso, não levar-te-à a nada!

E mesmo que assumas,

Mentes antes que eu possa,

Vir nesta loucura,

Tomar-te nas alvoradas.

É o teu sorriso a embarcar,

Numa viagem sem pressa,

De um dia chegar a desejar.

Minhas noites em claros,

Onde viver é te amar.

Será o que te motivas,

Tanto a querer negar?

E negas-me o cenho que te faz feliz,

Negas-me o perfume a qual inflama-te,

Enchendo-te de verdades,

Aquelas que não queres ouvir.

O que é que eu vou fazer,

Se a boca tanto procura-te,

E meus lábios se movem,

Para mais uma vez te sentir.

Nem mesmo os teus carinhos,

As palavras se comovem,

Quando em casa eu te imagino,

Do jeito que o meu ser sempre quis.

Se eu morrer desse amor,

A culpa é toda sua!

E nem tendo cultivado a última flor,

Pedirias para voltares no tempo,

Reconsiderando que um dia,

Eu ia acabar te perdendo.

Se tudo for um engano,

Então verás o meu doce encanto,

E revelarás o quanto te chamo,

Naquele seu improvável mistério,

Cuja hora já passou das seis.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 15/05/2022
Código do texto: T7516658
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