A FACE DO MUNDO

Vejo um mundo feito de faces

que gira de acordo com essas feições estampadas.

Hora de belezas emolduradas

hora de macabras carrancas

e medonhas tristezas inacabadas.

No compasso,

empurrando os ponteiros do relógio,

cada segundo é uma caminhada

e cada passo que dou chego mais perto

da tediosa madrugada.

Depois de alcançar cada curva

ainda não sei se estou certo

ou se me distancio cada vez mais

do fim dessa longa estrada e deserto.

Sempre tem um abismo

me separando desses atos alheios

(pelos céus!) como eu anseio

que esse mural de feições se acabasse

e que no descanso e em paz eu repousasse.

Dilema, dilema...

que me obriga a decidir

estancado na encruzilhada

em qual caminho prosseguir?

Se decido não mais permitir

enquanto a alma hesita

não acontece mais nada

que me faça entender

essa situação inusitada,

prossigo...

Divagando em meio as brumas

sem nenhum temor de perigo

imersão sensorial

a mente rodopia em vertigo

se caindo ou decolando

pudesse escapar dos céus

esse anjo sem asas rendido

e de tal mensageiro

na visão já alterada

subsisto

e insisto,

prossigo...

08/05/2022

09:30hrs

Selton A Jhonn s
Enviado por Selton A Jhonn s em 09/05/2022
Reeditado em 09/05/2022
Código do texto: T7512460
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