DESCONFIO...
Palavras machucam
me fazem descrer
Cessam a dor e o aplauso
depois do prazer
Nesta história que se complicou
já me desconheço em perder e sofrer.
E a multidão já regurgita
todo seu marasmo em plágio
Vozes que tramitam
inertes
etéreas
mambembes transitam
e fazem seu tráfico de metamorfosear
seus medos
segredos
sujos
imundos
que destroem almas num flerte.
Seguem assim sua concepção bem inerte.
Desconfio
Miro e atiro
com apenas duas balas no tambor:
--- O sim!
--- O não!
O talvez é quando a agulha bate no calibre de bala vazio.
Roleta russa sem ter dedo no gatilho
Segue sombra e arrepio
Segue medo e calafrio
Segue plácido e sem ser rio.
"Satisfação em conhecê-lo!
Infinito! seja bem-vindo!
lá depois daquela curva
se despenca um precipício
de longa saudades sinto
de qualquer fábula nem minto
apenas sorvo, distinto
esse coagulado vinho de sangue frio,
azedado, calmo e tinto..."
25/04/2022
09:41hrs