As pás do Moinho continuam a rodar

Todos os parafusos estão caídos no chão

Remontei a engrenagem

Sobraram alguns

As coisas não se encaixam mais como antes

Fora do tempo

A bola veio, dominei com o braço

Não adiantou o abraço

O juiz apitou, jogo encerrado

O jogo, o jogo

Esqueci como se joga

Estou fora do jogo

Se não há regras, como quebrá-las?

Paradoxo

Descrente ortodoxo

Tentei pensar com calma na emoção

Tentei me emocionar com a razão

Tentei em vão

Falei sozinho, ninguém respondeu

Estive sozinho

Tentei em vão quebrar as rodas do moinho

com minhas próprias mãos

Se já estava quebrado,

como o moinho quebrou de novo

o meu coração?

Paradoxo ortodoxo