About Modern Love

Desassociado desses servos

Servindo vaidade inexistente

Para dentro dos meus ossos

Me adoecendo pouco a pouco

Incapaz de desatar desses deletérios

Beijos vazios que conquistei sem disputa

Mesmo que um inimigo invisível

Fosse prometido por conselheiros severos

Os herdeiros arrependidos desossam

A esperança atribulada em mim

Atarefado com a culpa, dizem

Concordo, essa e mais sete pressões

Trocamos feições e carícias

Afetadas pelo tempo do apego

Arrependido de inventar cupidos

Que me esfaqueariam a beira do rio

A irrealidade da beleza que me carrega

Me transmuta em algo extraordinário

A própria virtude insípida, rosto comum

Escondido, ainda que reluza à toda a gente

Se o veneno que bebo do punhal da tua oratória

Determinam incansavelmente a linha fina

Que devo equilibrar-me, mas eu minto em todas as promessas

Ao amor até a pólvora. Eu manipulo as hélices do moinho ao meu favor

Teus dedos engordurados tateiam testemunhos imprudentes

E eu manifestando uma revolução para ninguém ouvir

Dentes contra correntes de prata, envelhecendo tuas joias

Salivando rancores e emudecendo minha boca em sangue

Me enterra na tua cicatriz, após desenterrar-me do teu jeans

A sensação líquida que me espia, apodrecendo meus feitos

Meu bem, minha pele repleta de defeitos e pesadelos

Tem uma cova aberta com teu nome escabroso...

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 08/04/2022
Reeditado em 30/04/2022
Código do texto: T7490918
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