rua cruel
Vejo a cidade
vejo os lugares que tanto marcaram
E hoje são só vestígios, por onde passam pegadas
Pegadas que também tem história, dores e amores no mesmo lugar que o meu
Passa chuva, sol esquenta
Venta
E minhas lembranças somem com o soprar
Ar invisível que levou tudo no minuto seguinte da despedida
Nunca foi meu, nunca foi nosso, nem foi de ninguém
São só as memórias, que moram na avenida de uma cabeça qualquer
Iluminadas pela lua inexistente da Rua. Cruel onde me chamou de sua
Qualquer esquina que você olhou nos meus olhos
E sem palavras me prometeu tudo
Caminhando por um caminho que não tínhamos
Preferia me perder com você do que me achar sozinha
Eu quis tanto você, mas eu não sei pedir por isso
Eu não perdi, não pedi, nunca te vi nas ruas das lembranças
Porque é impossível recriar sozinho
Algo que foi feito a dois.