Louca tristeza
Oh coração que dói!
No deleite da dor se deleita.
Oh, infame sentimento,
Pachorra de tempo!
Eu poeta, no lamento.
Balbuciei, versos insanos, sem nexo, nojentos!
Sinto um asco me invadir!
Repudio eu meu mesmo.
Eu poeta grotesco.
Que brinca com a solidão das palavras e seus
gracejos!
Oh, dor que dilacera minha galhofa!
Oh, terrível tristeza que consome.
Num instante sou um menino - homem.
No outro um tolo, perdido na nau dos grafemas....
Oh, volúpia de escrever!
Oh, desejo que em mim;
não cabe de desejos.
Aproveito o ensejo, para dizer - te caro leitor:
Não leia meus poemas!
Grite - os em alto e bom som,
com todos seus dilemas!