O TOM DA SAUDADE
Deixastes ir a tua dor junto à minha
Quando partiu sem medo algum
De desmoronar os castelos de areia
Que com tanto esmero ergui ao sol.
Se partisse antes do fim inevitável,
Seria maior loucura prosaica
Adiantar o desfecho para o despudor
De toda aparente candura.
Sobrou-me cinzas do fogo incendiário,
Que com ardor queimou os arbustos
Da floresta regenerada por nossas mãos.
Mesmo os fragmentos que de ti restou
Se dispusessem a ferir-me gravemente,
Estaria preparado inocente, para guerrear.
E assim assopraria tudo ao mar:
Os castelos, as cinzas e seus restos.