O que de nós restou


Todo aquele amor
como um ópio que me embala
mistura de prazer e dor
que bem fundo no peito cala
agora queima sublimado
não mais duma paixão que arde
dentro dum coração apaixonado
que agora... meio covarde
se lambuza na solidão
se enche dum importuno vazio
que se veste da escuridão
do que outrora foi uma chama
e agora... um solitário pavio
que por tua luz ainda reclama
mas pela tua insensatez... chora
como lágrimas de parafina
dum ponto flamejante que foi outrora
ardente... como tenaz lamparina
que banhava o escuro... que repudio
com o brilho do que foi uma paixão
e agora... apenas inconsolado pavio
apagado... dentro do meu coração


20 de junho de 2007, 19h37
guerinis@uol.com.br