CORES NUAS.

Diante de mim tenho uma

folha em branco me chamando

o tempo todo, às vezes, acena com

certo exagero querendo se explicar.

Diante de mim tenho uma

xícara de café que está 

pela metade, a fumaça, sai trêmula

e vai subindo e sumindo lentamente.

Diante de mim aquelas lembranças

das coisas que não se devia ver

são cores nuas, e àquele, amontoado

de palavras são espinhos nos olhos.

Diante de meus olhos machucados 

todas as cores são desbotadas sem

 nenhum sentido, mas, sou este mísero

catador de palavras de dor e medo.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 06/02/2022
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