Despedida sem papelete

Faltaram palavras para por num bilhete e a minha voz já gélida não pode te telefonar pelos motivos que você tanto conhece.

Decidi sair assim, sem um adeus adequado, e no meu choro calado fui devagarinho embora para não te acordar, observando o teu corpo desnudo perene nos lençóis…

(E o nosso amor prêt-à-porter)

Desci as escadas e o aroma do teu perfume me acompanhou tal como aquele beijo que demos depressa antes de você correr pro teu abrigo, e pros braços de quem lá sempre está a tua espera.

Faltaram palavras para deixar em um bilhete sobre a escrivaninha e despedir-me a altura do que eu nunca quis deixar para trás;

(Sempre acreditei demais em nós)

Despedir-se é deixar morrer no tempo é por fim nas coisas eternas por um breve momento, acho que por isso nunca fui capaz de te dizer adeus.

E a tua ausência se instaurou em mim como uma doença, como algo que instintivamente me faz voltar ao teu encontro, e não há cura nem remédio que te resgate dos meus sonhos por enquanto.

(Tô te amando na mais segura distância)

RCRM

Henry Moody
Enviado por Henry Moody em 29/01/2022
Reeditado em 29/01/2022
Código do texto: T7439879
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