ao pôr do sol

Meus olhos doem por dentro

cansados de ler parágrafos vazios

sedento de mar e horizonte.

As brasas de paisagens queimadas

uísque esfumaçado

Entre as brumas e eu recebo versos sem sentido

com um traço de tristeza.

que algoritmo aleatório

une as palavras do meu desencanto,

o que falta sente a pressa

do seu aluguel,

que verdades esperam

Eles pedem um uber para te visitar.

A lua borrifa as noites estreladas,

porque todos os locutores já cometeram suicídio

de madrugada

sinto falta das palavras isoladas

como um quilombola em busca de novos terrenos baldios,

Eu vivo em um mundo de preposições livres

com eles, por eles, depois deles

mudando os sentidos com uma piscadela.

vou procurar o banco vazio

ao pôr do sol.

BiaSil
Enviado por BiaSil em 26/01/2022
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