UM FADO QUE CHORA.

A mim vieste de não sei de onde

Me achaste como uma gaivota a beira mar

Entraste no meu quarto e me beijaste

Nem perguntou se eu estava pronta

Me deixaste quase tonta de prazer

Subiste em meu navio coberto de tatuagem

Marinheiro tu parecias uma miragem

Me possuiu em teus braços e depois sumiu

De porto em porto sempre estás de volta

Com muitas lorotas e pedido de desculpas

Meu coração quando de te vê se assusta

Como num fado que chora na melodia

De uma vida que nunca quis sofrida

Acho que é loucura essa desventura

Chorei muito de tristeza e também de alegria

Nossos corpos entrelaçados pela fadiga

Era de tarde e à noite já vinha nos chamar

Tens que ires para o cais a embarcar

Meu navio ficou atracado aqui a implorar

Volta por favor marinheiro com teus carinhos

Ficarei aqui com meu coração a te esperar.

José do Carmo
Enviado por José do Carmo em 20/01/2022
Código do texto: T7433478
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