DESILUSÃO ÀS SEIS DA MANHÃ
Amanhã tenho tempo para a deprê,
amanhã tenho tempo para a tristeza,
para a disilusão que me rastreia
e me joga na ressaca estreita!
Quando corro ás seis horas,
pela aquela rua arborizada
e com borboletas engraçadas,
vejo um aconchegante prédio verde
que é por trepadeiras abraçado
dentre suas folhas ainda mais verdes,
sendo então subjugado...
Dele escuto e a mim se revela,
se o obeservo atentamente,
vindo de caixos tímidos, mais quentes,
à relva matutina se comunicando,
as orquídeas de suas janelas, falando
palavras de reflexos avermelhados,
as quais a avenida atravessam
e para os outros ficam calados
e com exclamações me agravam:
"A mulher que aqui mora,
por mais que sua paixão exige,
não lhe dará qualquer resposta,
porque o amor dela brota
somente e só para a gente!"
Amanhã tenho tempo para a deprê,
amanhã tenho tempo para a tristeza,
para a disilusão que me rastreia
e me joga na estreita ressaca!