Amor aos pedaços


Cato meus cacos
junto meus restos
esparramados... apáticos
em fragmentos indigestos
e do que sobrou de mim em pedaços
lembrança dos teus abraços
do carinho nos teus gestos
busco por quem sabe a razão
mesmo inundada de ilusão
que cala no peito meus protestos
e mesmo que da dor tenha traços
fazendo do meu coração estilhaços
busco, por que não, teus pretextos
o x desta louca e confusa equação
que fundiu na minha a tua paixão
tirou dos meus sonhos cabrestos
e de cetins encarnados fez laços
como rédeas... cavalgando os espaços
mas então... sem razoáveis contextos
tirando dos meus pés o meu chão
como furioso e tresloucado dragão
mudou da vida todos os textos
deixando de mim só bagaços
e meu amor... absolutamente em pedaços
bocados de gente indigestos
amontoados num canto... estáticos
cato... então... os meus restos
junto o que sobrou dos meus cacos


25 de julho de 2007, 17h28
guerinis@uol.com.br