Entorpecida
As madrugadas sempre doem,
Meus pensamentos atormentam minha alma,
Música lindas e melancólicas destroem o que restou de mim,
Eu me afogo em bebidas,
Deixando meu coração corroído e queimando envolto em álcool.
É você o vício que me maltrata
E que qualquer hora me mata
De tanta falta que me faz.
De mim se desfaz e me desfaz em pedaços,
E eu louca me corto com meus próprios cacos, me levando ao chão.
A dor me padece,
E também me alimenta e me mantém,
Sou refém da entorpecente sensação.
Eu tento sempre limpar as feridas com vinho e solidão.
Em vão!
O sangue passa pelas suturas
E transborda as amarguras do meu coração.
Eu ainda não sei te dizer não,
Ainda nos vejo fazendo loucuras na minha imaginação.
Eu preciso me pedir perdão,
Mas só me destruo aos poucos
Por migalhas que me deixam entorpecida
E nada preenchem,
Pelo amor que por mim não sente,
Me fazendo moradora permanente da escuridão,
Aguardando alguém me dar a mão.