A QUEIMA ROUPA
O amor me matou,
Atirou em mim sem dó e nem piedade,
Por pura maldade me deu um tiro à queima roupa.
Tiro único e certeiro que despedaçou meu coração.
Como foi forte o impacto!
Caí abatida no chão.
Uma dor imensa tomou conta de mim,
Tão crescente que rasgou meu peito
E fez o meu pobre coração sangrar,
Cada batida que meu coração insistiu em dar só nos fazia sangrar mais.
Sangue quente que queimou minha pele,
Tão vermelho que manchou minha alma.
Esse amor me deixou maculada,
Bateu a porta na minha cara
E nem quis me ouvir.
Foi quando o implorei para não ir
Que ele me feriu,
Sem nem pensar duas vezes,
Sem nada sentir,
Deixou o sangue se esvair de mim,
Me deixou definhar pouco a pouco.
O que eu te fiz, amor?
Qual foi o meu pecado?
Errei em ter me importado com você?
Errei em estar ao seu lado e me doar demais?
Errei em te dar carinho e abrigo?
Errei em tentar tapar o seu vazio com pedaços meus?
Não sei nem ao menos o que aconteceu...
Tanto sorri e persisti enquanto o meu coração chorava...
Tantas madrugadas sentindo sua falta... Por nada!
Me dei ao amor e em troca ele me matou.
Não merecia tal ingratidão.
Meu nobre coração queimou,
Foi rasgado por sentir demais
Por quem tanto fez e tanto se desfaz de mim.
Eu sucumbi aos desejos do amor e este foi meu fim:
Estar morta por dentro.