Malmequer
Malmequer, és o que disse ...
Mesmo tendo, antes, dito o oposto.
Não há vício em se contradizer,
Não, pelo menos, com tanto esforço.
Ora, visse eu que você mentisse
Desde o vazio do teu infinito oco.
Ora, menti para que não visse
A serpente dentro do ovo.
Pois, agora, bem-me-quer morto!
E que das lembranças eu também partisse.
A aliviar-te o vão que lhe deixa torto,
E que esses versos e a prosa não existissem
Para não testemunhar aos Céus o nosso estorvo.