O coração de um ébrio
Na miséria vejo a vida passar
Pela calçada de um bar
As pessoas seguem suas vidas sem comigo se importar.
Em minhas canções choro ao violão
Esse pobre coração de um ébrio.
Não pensem que sou louco porque bebo
Bebo pra ser louco.
Não pensem que sou ninguém
Fui um bom doutor até.
Hoje sou um tanto faz pra quem tanto fiz.
Eu era feliz e nos parentes confiei meus bens
Mal sabia que cada parente era um ladrão.
Que pouco a pouco me roubaram então.
A mulher que tinhas meu coração
Minha profunda adoração foste embora com outro.
Hoje não sou nem a sombra do que fui um dia.
Não tenho mais lar
É nas tabernas que encontro meu lugar
Pra poder chorar.
Peço e imploro até aos bêbados loucos como eu....
Me deixe ficar aqui jogado nesse chão .
Me deixe descansar minhas dores.
Deixem que os vermes pouco a pouco
Venham terminar de carregar esse corpo tão sofrido.
Em meu leito derradeiro
Meus amigos de bar venham depositar
Seus segredos e seus tormentos.
Que comigo os segredos saberei guardar.
Não preciso de muito para viver
Pois para onde vou irei repousar.
Adeus mundo ingrato
Para glória irei morar.